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Histórias de assombração

Atualizado: 19 de abr. de 2021

A loira do cemitério - parte II


Toda vez que ouvia uma história que envolvia lendas urbanas ou folclore ficava intrigada. Será que tem um fundo de verdade? O que nos acontece depois que morremos? Os adultos tinham sempre uma resposta simples que não me contentava:


- Vamos para o céu.


Às vezes os adultos diziam, principalmente, aqueles que acreditavam em fantasmas:


- Se estivermos prontos, vamos para o céu, mas se não... ficamos por aqui até resolvermos as pendências. - Sinceramente, parecem não ter lido a Bíblia ou as alegorias criadas por Dante.


Então pensando na história da loira do cemitério. Agora já mais velha, eu poderia averiguar a veracidade dessa história. Em minhas pesquisas nos jornais velhos do arquivo público de Belo Horizonte-MG, percebi ocorrências de vários relatos de histórias sobrenaturais. Nunca comprovadas, mas nunca desacreditadas totalmente. Havia até depoimentos de algumas pessoas que se diziam testemunhas das aparições.


Foi aí que encontrei um nome: “Eva Borgonhês” e junto um retrato. Era uma fotografia de uma linda jovem muito bem vestida, ela tinha olhos azuis, pele alva e lindos cabelos longos e loiros, moradora de Contagem-MG.


Decidi ir ao cartório de registros naturais, em Contagem. Buscando este nome, eis que encontro a certidão de nascimento e óbito da moça, bem como, os nomes dos pais.


Uma pequena busca no Google, pronto, para minha surpresa, a história da jovem loira era verdade. Encontrei uma série de notícias em jornais locais. Nas fotos, percebi que conhecia o lugar onde os pais da moça estavam na última entrevista que deram para o Jornal Super.


O pai de Eva havia montado uma nova quitanda no novo endereço deles, era próximo de onde eu fazia o sacolão da semana para minha mãe. Curiosa, fui para lá.


Não preciso dizer que não fui bem recebida. Também imagine uma estranha chegando em sua casa e perguntando sobre sua amada filha morta há 8 anos. É como se abrisse novamente uma ferida no peito. Sem poder perguntar nada, apenas disse aos pais que eles precisavam ir ao cemitério e levar flores para a filha.


Sou uma pessoa católica e tenho muita fé. Portanto, pedi ao Padre Fernando, pastor de minha igreja, uma missa pela alma de Eva e pelo conforto dos pais.


Não sei se Eva encontrou a paz que merecia, mas, depois das orações, não houve mais relatos da loira que assombrava os boêmios perto do cemitério.



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